Diane Arbus, uma fotógrafa procurando ver além das aparências

Apesar de não pretender ser uma biografia rigorosa e explicitamente se apresentar como um “retrato imaginário”, o filme “A Pele” (“Fur”) dá uma boa idéia da vida e da peculiar produção artística da fotógrafa norte-americana Diane Arbus.

Perde-se um pouco a precisão dos elementos informativos e muito se ganha com a sensibilidade e a liberdade com as quais o diretor Steven Shainberg e a roteirista Erin Cressida Wilson recriaram sua realidade interna e seus conflitos.

Filha de ricos negociantes de pele, proprietários da elegante loja Russek na Quinta Avenida, Diane se casa – contra a vontade dos pais – com o fotógrafo Allan Arbus, responsável pela divulgação da loja e passa a trabalhar como sua assistente, fazendo inicialmente a produção de fotografias para revistas de moda. Incentivada pelo marido, Diane estuda com grandes fotógrafos de Nova York e se dedica à profissão.

Logo se afasta do mundo belo e irreal das fotos de moda e publicidade e vai para o pólo oposto, um universo onde a realidade se impõe com a máxima dureza, determinando a marginalização através dos defeitos físicos aberrantes, da feiúra, da pobreza, dos comportamentos não convencionais.

Curiosamente, ambos os mundos são regidos pela aparência. De um lado, a bela aparência dos modelos de publicidade. De outro, a aparência grotesca dos “freaks”, dos aleijões com suas aberrações físicas, dos pobres e feios, da gente comum das ruas.

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