MAGNÓLIA

MAGNÓLIA” ganhou o “Urso de Prata” de Berlin como melhor filme do ano e Tom Cruise foi indicado como melhor ator no Oscar. É o terceiro filme do jovem diretor (30 anos) Paul Thomas Anderson, que antes fez “Hard Eight” e o polêmico “Boogie Nights”, que enfoca a produção e o mercado dos filmes pornográficos.

MAGNÓLIA é um filme muito irregular. Tem um roteiro inteligente, adulto, afastando-se do rotineiro esquema de histórias inconsistentes e água-com-açúcar comum nas produções americanas. Não, aqui temos seres humanos carregados de conflitos, culpas, sentimentos complexos e ambivalentes, exatamentes como na vida real e na produção dos grandes escritores da melhor literatura.

Assim, seguimos o drama do grande produtor de TV, que está à morte – o que enche de culpa sua jovem e interesseira mulher – e que procura o filho, atualmente um guru de auto-ajuda que prega o machismo mais virulento. Quem o ajuda nesta procura é um bondoso enfermeiro. Um dos programas financiados por ele apresenta crianças prodígios respondendo questões gerais e já tem mais de 30 anos no ar. Tal programa é comandado pelo mesmo apresentador, que está também morrendo de câncer e tenta fazer as pazes com sua única filha, uma toxicômana. A tremenda pressão em cima das crianças prodígios, a exploração da qual são vítimas por parte de pais ambiciosos é claramente mostrada, ao que se junta o drama da primeira criança que participou do programa, atualmente um adulto perdido e frustrado. Em torno de tudo isso, vemos um policial, que tenta dar um mínimo de ordem num mundo onde o caos impera. (…)

O texto completo encontra-se no livro “O psicanalista vai ao cinema” – EdUFSCar / Casa do Psicólogo, 2004.

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