Derrida, uma vida extraordinária

Derrida, uma vida extraordinária (*)

Resenha de Benoît Peeters,  Derrida – a biography, Polity Press (New York, USA / Cambridge, UK), 2013, 629 pp.

 

Sérgio Telles

 

Bem acolhida ao aparecer há dois anos na França, a biografia de Derrida escrita por Benoît Peeters recebe o mesmo tratamento nos Estados Unidos e Inglaterra, onde acaba de sair a tradução em língua inglesa.

Deixando de lado as amplas considerações sobre o gênero biografia (especialmente a autobiografia) empreendidas por seu biografado, que apontava para as aporias próprias deste tipo de texto derivadas do fato de que ele se fundamenta na ficção de um eu uno e indiviso, Peeters segue o modelo cronológico convencional. O sucesso de sua empreitada não deve pouco ao fato de ter entrevistado mais de cem pessoas próximas a Derrida e tido acesso irrestrito a seu arquivo pessoal.

Nascido em 1930 em El Biar, na Argélia e vitimado aos 74 anos por um câncer de pâncreas em Paris (2004), Jacques Derrida teve uma extraordinária trajetória intelectual. Sua caudalosa obra (mais de 60 livros) marca o pós-estruturalismo e o pós-modernismo, expondo uma original abordagem filosófica cuja importância e envergadura, segundo Emmanuel Levinas, tem como paralelo apenas a obra de Kant.

Judeu sefardita cuja família imigrara da Espanha para a Argélia na época da Inquisição, Jackie (posteriormente trocaria o nome para “Jacques”) Derrida nasceu imediatamente após a morte de seu irmão Paul, quando passou a ocupar o lugar de filho caçula e a lutar pelo amor da mãe, que relutara em deixar o jogo de pôquer para se entregar ao trabalho de parto que o traria ao mundo. Muitos anos depois, quando sua mãe morreu, foi-lhe doloroso perceber que ela havia destruído praticamente todas as cartas que ele lhe enviara, guardara muito poucas delas.

Iniciando o que viria a ser uma difícil relação com o mundo acadêmico francês, aos 19 anos Derrida vai para Paris prestar exames para a Ècole Normale Superiére, sendo aprovado apenas na terceira tentativa, em meio a crises de angústia, depressão e fobias. Seu orientador foi Althusser, com quem estabeleceu uma duradoura amizade. Apesar da crescente fama, Derrida conquistou apenas dois postos menores na estrutura universitária: maître assistant na Ècole Normale em 1964, e, vinte anos depois, tutor na Ècole des Hautes Etudes de Sciences Sociales. Foi rejeitado como professor na Universidade de Paris-Nanterre e no prestigiado Collège de France.

Radicado na França, logo passou a ser convidado pelas melhores universidades norte-americanas (Yale, Johns Hopkins, Irvine e New York University), desenvolvendo intensa atividade letiva em ambos os lados do Atlântico. O franco reconhecimento internacional lhe deu, no final da vida, o status de superstar e forte presença midiática.

Em 1957, Derrida se casa com Marguerite Aucouturier, que posteriormente se tornaria uma psicanalista kleiniana e com quem teve dois filhos.

Depois do casamento, Derrida vai para a Argélia como professor de filosofia do curso médio e volta extenuado para Paris em 1959, quando tem uma grave crise depressiva.

São tempos de grande agitação política em torno da guerra de libertação colonial da Argélia. Em meio às hostilidades, os judeus se encontraram numa posição difícil, pois, ao contrário da população muçulmana, haviam recebido a cidadania francesa em 1870, embora a tivessem perdido temporariamente com o governo de Vichy, ocasião em que Derrida teve de abandonar a escola por ter sido imposta uma reduzida cota para os alunos judeus. Em Paris, Derrida não se envolve diretamente nas disputas políticas e quando, em julho de 1962 é declarada a independência da Argélia, sua família imigra para a França e se estabelece em Nice. Derrida voltará apenas duas vezes mais à Argélia, mas dirá que a nostalgeria o acompanharia para sempre.

Sua produção acadêmica se inicia com uma declaração de guerra ao estruturalismo, corrente dominante no meio intelectual francês naquele momento. Em 1962 lança uma tradução de “A Origem da Geometria” de Husserl, texto de apenas 43 páginas ao qual acrescenta uma longa introdução de 170 páginas. E em 1967 lança três livros com grande repercussão: “Discurso e fenômeno – Estudos sobre Husserl”, “Escrita e diferença” e sua grande obra “Da Gramatologia”, de tão grande impacto que logo é mostrada com destaque no filme “Le Gai Savoir”, de Goddard.

Embora sendo um homem de esquerda, durante os tumultos de 1968, Derrida manteve-se à parte na academia, tomada por stalinistas, maoistas e reacionários, correndo o risco de ser considerado partidário secreto de qualquer daquelas filiações. Naquela ocasião, num surto psicótico, Althusser assassinou sua mulher Hélène e Derrida, com grande dedicação, proporcionou-lhe  os cuidados necessários, sem ceder às hordas maoistas que cercavam Althusser e exigiam seu envolvimento político. Isso lhe parecia incompatível com a postura critica e cética defendida em seus escritos. Durante esses anos, Derrida se dedicou a lutar contra a reforma do Ministro René Haby, de gabinete de Giscard d’Estaing, que pretendia eliminar o estudo da filosofia no ensino médio.

É também nessa época que Derrida escreve “Cogito e a História da Loucura”,  demolidor texto contra o livro mais importante de Foucault, “A História da loucura na época clássica”. Nele mostra detalhadamente que Foucault, de quem fora aluno, havia entendido de forma equivocada o trecho de Descartes sobre o qual ergue toda sua argumentação, o que faz com que ela perca a sustentação e desabe de forma irremediável. Foucault, presente na apresentação deste texto, inicialmente não entendeu a dimensão da crítica de Derrida e agradeceu o que julgava ser uma leitura elogiosa de seu trabalho. Quando se deu conta do golpe recebido, cortou relações com o ex-aluno e nunca conseguiu responder as objeções ali formuladas. Permaneceu em silêncio por nove anos e quando finalmente mencionou o episódio, tentou desmerecer Derrida, dizendo que sua crítica era apenas uma “pedagogia mesquinha”.

Tal como fizera com Foucault, Derrida questionou pontos centrais da teoria lacaniana, na qual detectava traços da metafísica que Lacan procurava combater, como logo veremos[1].

Entre os anos 60 e 70, firmou-se uma grande amizade entre Derrida e Philippe Sollers, editor da prestigiada revista Tel Quel. Em seu desejo de dominar a política cultural da esquerda mais engajada, Sollers inicialmente era obediente a Moscou e depois se converteu ao maoismo. A relação entre os dois amigos  azedou depois de 1967, quando Sollers, que se casara em segredo com Julia Kristeva, deseja promover a carreira da mulher e temia que a fama de Derrida a obscurecesse. Tempos depois, Kristeva escreve “Os Samurais”, um roman a clef relatando de forma sarcástica as disputas pessoais e teóricas que então ocorriam, no qual, sob tênue disfarce, Derrida aparece como o personagemSaïda e Lacan como Lauzun.

No final dos 70 e início dos 80, os nouveaux philosophes causaram celeuma ao cobrarem dos grandes nomes da esquerda das décadas anteriores o silêncio e a cumplicidade com os totalitarismos soviético e chinês, gerando um grande constrangimento. O fato de Derrida não se enquadrar propriamente na censura dos nouveaux philosophes não evitou que as brigas na Sorbonne o levassem a trocar socos com Bernard-Henry Lévy.

Em 1981, numa de suas viagens a Praga, realizada em função de sua participação num programa de solidariedade aos dissidentes checos, Derrida foi preso e maliciosamente acusado de porte de drogas. Com grande repercussão na imprensa, o caso se transformou num incidente diplomático e o alto escalão do governo Mitterand teve de intervir para libertá-lo.

Apesar de manter a vida matrimonial, Derrida era um conhecido sedutor, fato tolerado por Marguerite. Em 1972 iniciou uma relação com Sylviane Agacinski, sua aluna de filosofia. Em 1984, Agacinski engravida e, contra o desejo de Derrida, decide levar a termo a gestação, fato que provoca o rompimento definitivo da relação. Derrida, que nunca quis ver esse filho, era extremamente susceptível a respeito desse acontecimento, que considerava como sigiloso, embora não o fosse. O fato veio a público com estardalhaço em 2002, quando Leonel Jospin, político socialista com quem Agacinski havia se casado e que criara o filho de Derrida, se candidata à presidência da república da França.

No que diz respeito a sua produção intelectual, a inovadora abordagem que introduziu suscitou fortíssima reação no establishment filosófico, obrigando-o a enfrentar duras polêmicas com os filósofos Willard Quine, John Searle e Richard Wolin. Uma evidência disso foi o movimento empreendido em 1992 por filósofos americanos e ingleses numa tentativa fracassada de impedir que a Universidade de Cambridge lhe conferisse um título de doutor honoris causa, alegando que seu trabalho mais se aproximava de “truques e brincadeiras próprias do dadaísmo”. Outra foi a carta enviada para Laurent Fabius, Ministro de Indústria da França, por Ruth Marcus, colega de Derrida em Yale, protestando contra sua nomeação para a chefia do Colégio Internacional de Filosofia que estava então sendo criado, pois – dizia a missivista – isso seria uma “espécie de piada”, fruto de uma “fraude intelectual”.  Reação do ministro: enviou a carta para Derrida, com um bilhete: “nunca desça uma escada na frente dessa senhora”.

Um dos momentos mais difíceis enfrentados por Derrida contra seus opositores desenvolveu-se em torno de seu amigo e colega em Yale, Paul de Man. Em 1987, 4 anos após a morte de de Man, foi descoberto que, na época da Segunda Guerra, de Man havia escrito artigos antissemitas em sua  terra natal, a Bélgica. Além de pessoalmente atingido, desde que desconhecia esta faceta do amigo, Derrida temeu que ficasse mais fortalecida a acusação de proximidade com o nazismo que já faziam contra seu trabalho, por nele ser grande a influência de Heidegger. Seria mais um revés contra sua obra filosófica, acusada também de charlatanismo e niilismo pelos filósofos analíticos anglo-americanos, de irracionalismo por Habermas e seus seguidores e de cumplicidade com o totalitarismo soviético e chinês pelos nouveaux philosophes.  Nesse contexto, equivocadamente Derrida optou por fazer uma impossível e desastrosa defesa de de Man.

Para surpresa de muitos, em meados dos anos 90, quando renegavam Marx quase todos aqueles que se apresentavam como radicais stalinistas ou maoistas nos anos 60, Derrida escreve Espectros de Marx, uma alentada desconstrução que resgata o legado daquele filósofo do aparato ideológico dogmático que o cercava.

A intensa oposição feita a Derrida se deve àquilo que ficou identificado como sua marca registrada e que, paradoxalmente, teve uma imensa penetração em todos os estratos culturais, especialmente nos Estados Unidos – a desconstrução, uma estratégia de leitura que possibilita uma nova apreensão do cânon filosófico.  De certa forma, as acusações que lhe foram feitas lembram as que foram dirigidas a Sócrates e a Freud, cujas ideias supostamente induziriam à corrupção das novas gerações e levariam à destruição dos valores mais prezados da civilização.

A desconstrução é a arma na luta empreendida por Derrida contra a metafísica que, em sua opinião, permeia desde sempre o pensamento ocidental, e àquilo que considerava como seus dois maiores pecados – a valorização excessiva da palavra falada (phoné, logos) em detrimento da palavra escrita, valorização que se apoia na ilusão de que a linguagem dá acesso direto à realidade, proporcionando uma experiência não mediada da verdade e do ser, experiência que Derrida chama de “presença” – sua forma de se referir à “coisa em si” de Husserl. Essa ilusão se cristaliza no que ele chama de logocentrismo – a concepção do logos, da linguagem falada como uma manifestação da “presença”, ou seja, da verdade e realidade do ser, o que implica numa desvalorização da linguagem escrita, vista como perigoso suplemento, secundário, parasitário, veiculo da falsidade e da mentira.

Tais pressupostos metafísicos ignoram que justamente a linguagem produzirá incontornáveis e constitutivos efeitos de distorção, de deferimento e adiamento que impossibilitam o acesso direto ao ser e à verdade, sendo que até mesmo essas categorias (ser e verdade) precisam ser repensadas. O próprio significado do que falamos ou escrevemos é quase sempre “indecidível”, coagula-se e se dissolve no fluxo da própria linguagem, daí a importância que Derrida confere a Joyce.

Derrida quer não só libertar a escrita da submissão à fala, como defende a ideia de uma escrita original da qual a fala é uma decorrência. Para tanto, vai buscar apoio nos modelos freudianos do aparelho psíquico, nas inscrições dos traços mnêmicos, como mostra em seu texto “Freud e a cena da escritura”.

Diz Peeters: “Ao contrário de Lacan, Derrida procurou mostrar que o inconsciente estava baseado mais numa escrita hieroglífica do que na palavra falada. Transformando Freud num aliado essencial na desconstrução do logocentrismo , ele deu a maior importância aos conceitos de suplementariedade (après- coup – em alemão Nachtraglichkeit) e ao retardamento (a retardement; Verspätung)”.

Escrita ou falada, Derrida insiste na importância central da linguagem. Concordando com Freud e Lacan, diz que ela constitui nossa própria subjetividade, do que decorre ser ilusória qualquer concepção que sustente a ideia de um eu estável e uno. Na verdade, diz Derrida, devemos abrir mão de qualquer conceito central que nos proporcione um porto seguro para nos ancorarmos, como “Deus”, self, verdade, etc.

A desconstrução visa super as oposições binárias que povoam a metafísica e que são por ela consideradas inquestionáveis – natureza/cultura, humanidade/animalidade, seriedade/frivolidade, senso/ não senso, filosofia/não filosofia, bom/mau, bem/mal, dentro/fora, eu/outro, escuridão/luz, etc.

Embora seja uma redução empobrecedora que Derrida desaprovaria, um dos procedimentos da desconstrução é problematizar essa escrita binária, mostrando como ela não consiste apenas em uma oposição de significantes de igual valor, e sim numa tensa relação hierárquica de força. Um dos termos da relação é mais forte e valorizado, o outro mais debilitado e desprestigiado. A desconstrução inverte essa hierarquia, liberando os conteúdos até então ocultos pela força que mantinha a oposição binária inicial. A isso, Derrida chama de “diferensa” (uma possível tradução para o termo introduzido por Derrida, “diffèrance”, ao invés do vernáculo “diffèrence”; com essa grafia queria apontar para uma diferença só perceptível na linguagem escrita e despercebida na linguagem falada), uma nova forma de escrita que desorganiza o até então estabelecido e que possibilita novas aberturas para o pensamento.

Sobre isso diz o estudioso Marc C. Taylor: “O insight central da desconstrução é que toda estrutura que organiza nossa experiência – seja ela literária, psicológica, social, econômica, política ou religiosa – é constituída e mantida por atos de exclusão (…) e o excluído não desaparece, volta sempre, incomodando toda construção, não importa quão segura ela possa parecer”[2].

Penso que essa é uma descrição muito próxima do funcionamento psíquico segundo Freud. É aí onde reside a proximidade entre a desconstrução e a psicanálise, no rompimento de um discurso estabelecido consensualmente, ruptura que permite a emergência do reprimido, o que leva a uma ampliação da circulação de conteúdos em um novo e enriquecido rearranjo. Dizendo de outra forma, trata-se do abandono da lógica binária da racionalidade consciente e a aceitação da lógica própria do inconsciente.

Os textos filosóficos de Derrida causaram estranheza também por seu aspecto formal, pelo uso de uma linguagem literária e pelo caráter autobiográfico. Essa característica da escrita de Derrida decorre de sua proximidade com a literatura e a psicanálise. Exemplos disso são “O Cartão Postal”(1980) e “Circumfession” (1991).

O primeiro é, em minha opinião, um engenhoso romance epistolar onde estão superpostas vários questões, desde a já mencionada disputa sobre os pilares de metafísica, a querela entre a palavra falada – confundida com a razão e a verdade – e a palavra escrita, suposto valhacouto da mentira, crença que entra em choque com a realidade imediata configurada no fato de Sócrates, que defendia tais ideias, depender do discípulo Platão, que as escrevia para que elas não ficassem para sempre perdidas no esquecimento. Noutro nível, Derrida faz inúmeras blagues e provocações a Lacan, que, naquela ocasião, se aferrava á importância da linguagem falada, na teoria do significante falado, e que tinha um conhecido aforismo – “a carta sempre chega ao destinatário”, ideias exploradas em um de seus textos seminais, o “Seminário sobre ‘A carta roubada’”. Ao evocar a realidade concreta do cartão postal, curiosa forma de correspondência que por suas peculiaridades intrínsecas não guarda a mensagem para ser lida apenas pelo destinatário, desde que ela está exposta a todos aqueles que a manuseiam no longo trajeto entre a emissão e a recepção, Derrida relativiza o dogmatismo lacaniano. Mais ainda, o livro se apoia fortemente na correspondência intensa que trocava no já mencionado caso amoroso com Silviane Agacinski. Quando o livro foi publicado, o filho mais velho de Derrida, Pierre, ficou indignado, rompeu com o pai, retirou seu sobrenome e iniciou uma relação amorosa com Avital Ronell, uma das  colaboradoras mais próximas de Derrida.

Já “Circumfession” é um fluxo associativo escrito aos pés do leito de morte da mãe, onde reflete sobre sua circuncisão e sua identidade como judeu.

Embora mencione a importância de Freud no pensamento de Derrida, Benoît Peeters não lhe dá, a meu ver, o devido realce. O mesmo acontece em outros textos sobre a obra de Derrida. Talvez, devido às complexidades da teoria freudiana, não fique tão patente para esses autores como para um psicanalista o quanto os procedimentos da desconstrução se aproximam da atenção flutuante praticada pelo psicanalista na escuta da fala do analisando ou como muitos das concepções fundamentais de Derrida (desconstrução, diffèrance, suplemento, hymen, pharmacon, indecidível, etc) deixam transparecer a grande intimidade com o conceito freudiano de inconsciente.

Derrida é o primeiro a reconhecer sua dívida para com Freud:  “(…) desde a ´Gramatologia´ e ´Freud e a cena da escritura´, todos os meus textos tem inscrito aquilo que chamarei de implicação psicanalítica”(grifo de Derrida)[3]. Geoffrey Bennigton, profundo conhecedor da obra de Derrida disse: “as relações de Derrida com Freud são de origem, estão na origem, desde o início; sem Freud, não teria havido, não há Derrida”[4]. É por esse motivo que René Major, psicanalista francês, afirma que a desconstrução é um desdobramento natural da psicanálise.

Derrida retribuiu a Freud de várias formas. Por um lado, sugerindo desenvolvimentos teóricos em torno do luto e ressaltando a absoluta alteridade do Outro, inassimilável ao ego através dos mecanismos de identificação e introjeção, eventualmente incorporado em “criptas”, tal como proposto por Nicholas Abraham e Maria Torok, cujo trabalho procurou divulgar. Por outro, fazendo uma apaixonada e ininterrupta defesa da psicanálise, algo de inestimável valor num momento em que ela é atacada pelo cientificismo obscurantista que atualmente domina diversas áreas do saber.

(*) Publicado na revista Percurso, número 51, dezembro 2013, p.194-199

 

 

[1] Dado a amplitude desse tópico, sugiro a leitura do artigo “Lacan (punção) Derrida”, de Frida Saal, por mim traduzido e publicado no numero 34 (1º. Semestre de 2005) desta revista.

[2] Marc C. Taylor, “What Derrida really meanthttp://www.press.uchicago.edu/books/derrida/taylorderrida.html, em 04/12/2013

[3] Citado em Tatiana Grenha, “Herança e Escritura em Cena: um estudo sobre Freud em Derrida” – Dissertação de mestrado – PUC Rio, setembro de 2004, p.91 –

http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0210600_04_cap_04.pdf

[4] René Major, “Lacan com Derrida – Análise Desistencial” – Civilizaçao Brasileira, Rio, 2002, p.

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